« A renuncia é a liberdade. Não querer é poder.»
Fernando Pessoa
Às vezes repito para mim um pensamento que ouvi um dia “ eu tenho liberdade para fazer tudo, mas nem tudo me convém”, pois bem, nem tudo me convém porque eu não posso nunca esquecer-me que a minha liberdade, está sempre condicionada à liberdade do outro. Se nós somos um ser social que vivemos em sociedade, estamos sempre condicionados pelas regras morais e sociais a ela inerentes. Eu não tenho o direito de afrontar, chocar eu magoar alguém, só porque me apetece fazer . Quando nós estamos centrados em nós mesmos e nem reparamos no que se passa com o próximo, transformamo-nos num Ser egoísta, e o egoísmo é a maior forma de aprisionamento que qualquer criatura humano pode experimentar.
A primeira escola onde aperfeiçoamos e educamos a nossa personalidade é a família, é nela que aprendemos desde pequenos o que é certo ou errado, o que é bom ou mau, quais os nosso deveres e direitos.
A minha liberdade depende um primeiro lugar de mim mesma, das concessões que eu me permito, e uma outra coisa que também considero muito importante: a permissão que eu dou aos outros para interferir no meu espaço.
Para o Ser Humano poder exercer a sua liberdade com responsabilidade, talvez tivéssemos que reinventar novamente a própria natureza do Homem, pois se por um lado o Homem é um ser que necessita de viver um comunidade por todas as razões que nos são conhecidas, por outro lado quando chega a hora da partilha, da ajuda, do dar a mão ao outro que necessita, o de ser compreensivo com a dificuldade do outro, ainda são muito poucos os que o conseguem fazer.