quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quase... Momentos...

Ele adormecia suavemente...Ela surgia ainda tímida...
Era a hora do silêncio que antecedia a noite... Hora do encontro distante... Quase se tocavam naqueles breves momentos...
Dias havia em que ela se enchia de confiança na possibilidades desse encontro tão desejado. Ele sentia-a, soprando-lhe longas mensagens acolhidas por ela junto ao coração... Então ela tornava-se luminosa, imponente, de uma beleza mágica refletindo a cor do Amor... Nessas noites tudo iluminava, cheia que se sentia de tanto amar e ser amada, dividindo com todos os seres o êxtase nos mais doces apelos sensuais, tornando a dança dos amantes a sublime coreografia entre corpos e almas... Para depois nostalgicamente diminuir todo o seu brilho... Sabia o inevitável: Jamais o alcançaria!
Ele percebia na distância a leve tristeza e sem que ninguém soubesse reinventava-se de esperanças, explodindo no seu interior em tempestades violentas que a alcançavam, refazendo-a de confiança nas suas certezas: Ele pertencia-lhe, eram duas partes de um todo!
Crescia... Crescia novamente na tentativa de o poder abraçar... Repetia-se há milénios o ciclo inquebrável... O Amor eterno entre o Sol e a Lua...

sábado, 3 de dezembro de 2011

As sombras da noite surgiram, beijando-lhe o contorno do corpo, projectando a  sombra  no alvissimo  manto de neve, que cobria toda a paisagem à sua frente. Estava sentada havia horas no cimo da montanha,  não se dando conta que a noite havia chega, completamente perdida em pensamentos e reflexões sobre algo que lhe ocupava a mente desde que acordara nesse dia.

O sol ainda não tinha surgido no horizonte quando abriu os olhos, despertou completamente com o pensamento : "A Morte despoja o corpo de qualquer dignidade". Saiu da cama, abriu a porta da varanda, ficou a ver a chegada do novo dia, repentinamente o vento fez-se sentir,  arrepiando-lhe a pele, entrou, tomou um duche quente, massajou o corpo com óleo de jasmim, vestiu roupa confortável, prendeu o longo cabelo, dirigiu-se à cozinha, fez café,  o cheiro dele tomar conta do ambiente de uma forma agradável, acompanhou-o com um crepe  coberto de mel e canela, mas o pensamento não a largava: "A Morte despoja o corpo de qualquer dignidade". Começou a sentir-se inquieta, não conseguia entender o significado...  Tomou a decisão de sair, necessitava de silêncio e quietude para mergulhar dentro do seu universo pessoal, obter respostas. Vestiu o casaco, calçou as luvas, saiu e caminhou em direcção ao cimo da montanha, sentou-se no ponto mais alto, deixou-se ficar. 

Quando a noite a encontrou já sabia a resposta, o corpo é a casa da alma, a identidade do Ser Humano está na consciência,  sendo o subconsciente  o sótão da individualidade, lá estão guardados todos os valores intelectuais e morais conquistados. O corpo, é somente a roupa que se despe depois de gasta e usada!