segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dualidade

Nada...
Nada no tudo da irrealidade da aparência do ser que se impõe...
Vazio...
Vazio na presença do ser que se torna invisível pelo nada, porque nada é nada mas pode ser tudo...
Ausência... 
Ausência no estar, no vazio da presença do nada no tudo...
Cada homem é sozinho na casa da humanidade, uma ilha de sentires, vulcões ativos, outros adormecidos... na consciência de si mesmo, faz a travessia na direção do auto conhecimento, usando do único recurso possível, o Amor por si mesmo... escrevendo nas páginas em em branco da sua existência, na simplicidade da aceitação das suas próprias fragilidades e dualidades, toda a sua potencialidade...
Nesta dualidade e na aceitação dela deixei de julgar-me pois que aos outros hà muito deixei de o fazer, aprendi a aceitar com muita tranquilidade aquilo que cada um é e aquilo que cada um é capaz de dar!
Com a certeza que os meus nadas serão tudo, os vazios serão preenchidos e as ausências deixarão de existir, sorrio para mim, na liberdade plena da aceitação que dentro do meu coração cabe todo o amor do universo!


domingo, 8 de abril de 2012

Uma mão cheia de nada...

Em silêncio saiu… fechou a porta… foi!
A lua marcava a sombra nas pedras da calçada, tudo aparentava estar no mesmo sitio, mas tudo tem um avesso, frágil como as memórias da paixão… memórias esquecidas de paixões vividas ao limite na ânsia do reencontro com o amor que julgava não acontecer, não lhe ser possível, mesmo assim sonhava com ele desde sempre…
Caminhou por ruas sem nome, chegou ao cais que se abria em águas mansas na nudez frágil como as asas de uma vida… ao longe por entre a neblina surgia a linha do horizonte em mil cores de possibilidades… deixou-se ficar frente a frente com a sua descoberta pessoal, completamente rendida pegou-lhe ao colo, abraçou-a na felicidade da consciência que amar daquela forma era uma dádiva a si mesma.
Nos dias que embrulhava o amor no manto da saudade ia ao seu encontro, fazendo parar o tempo… eram encontros com sabor a cumplicidade, sabor a momentos suspensos, a intimidade renovada no êxtase do amor que vibrava.
O riso, a lágrima misturaram-se na emoção incontrolada da memória no acordar da brisa quente, soprando-lhe no ouvido que tinha uma mão cheia de nada e o universo no coração.
Soube por fim que amava o amor de amar!
Em silêncio entrou… abriu a porta… descansou!