domingo, 23 de maio de 2010

Perdi uma parte de mim!

Perdi uma parte de mim...

O pano cai pela pela ultima vez.
O burburinho da  sala vai ficando cada vez mais distante. O público sai. Instala-se o silêncio. Apagam-se as luzes. Recolhem-se os cenários. Arrumam-se as personagens. Os actores gritam em silêncio:
"Perdi uma parte de mim!"
Instala-se o vazio sem fim. Naquele momento, nada nem ninguém consegue aplacar a dor que vai na alma de cada um. Conflito de emoções. Cada um faz o seu próprio velório, porque o enterro esse será efectuado muito tempo depois de pano ter caído pela ultima vez. O enterro será algo solitário, que cada um fará sem cortejo fúnebre.
Enterramos sempre uma parte de nós, os Actores são criaturas que entregam  emoções e sofrem.
Quando o pano cai pela ultima vez, é como a mãe deixasse de ter os seus filhos para abraçar e amar.

Perdi uma parte de mim!
Perco sempre uma parte de mim!
Vou continuar a perder partes de mim! 

domingo, 16 de maio de 2010

Biqueirão, azeite e alhos


Encontram-se casualmente dois amigos, numa sexta-feira, (a cidade está deserta, fazendo lembrar uma cidade fantasma, na praça principal uma moça dedilha o seu órgão e canta com voz desafinada: "eu quero é mamar nos peitos da cabritinha",  não existe viva alma que possa desfrutar de tamanho empenho, está frio), eles decidem sem grande entusiasmo  jantar numa tasca, depois de muito pensar, um diz para o outro:

- Biqueirão?
Responde o amigo:
-Com azeite e alhos, e uma garrafa de tintol!

A forma como sorriram um para o outro, revelava uma ânsia e um salivar de quem ia degustar o manjar dos deuses, ainda não tinham feito o primeiro entalado de pão, quando aparece aquela intrusa, disfarçada de boa amiga e conselheira e lhes diz: - Meus caros a comerem isso, acho que nem  com uma mascara anti gás, arranjam alguém que passe a noite convosco!

Fez-se um silêncio incomodo, um quase perpetuo embaraço, os dois amigos olharam desapontados  um para o outro, ficaram alguns segundos presos nos seus próprios pensamentos e depois atiraram-se como dois alarves ao prato do biqueirão, beberam  sofregamente a garrafa do vinho até aquela ultima pinga que fica preza no gargalo. Resolveram esmoer o repasto em lugar mais animado, num bar de Karaoke.
O mau hálito que saia das suas bocaras  era de tal forma medonho, que conseguiram provocar um traumatismo craniano no barman, que desmaiou ao pedido de  duas cervejas, só não foram presos porque o policia que despachou a ocorrência, ao inspirar para tomar folgo e começar a escrever ,veio-lhe o odor fétido e disse-lhes: - Phuuuuu... Cheguem-se para lá, afastem-se 10 metros! - Não os levando presos para não empestar a esquadra.

Acabaram com a festa.

Desses dois amigos, soubesse mais tarde que tinham ido passar uma temporada no deserto do Saará, em penitência. Consta que foram a pé por os camelos terem feito cara de policia.






sábado, 15 de maio de 2010

Nova história da cidade de Lisboa

Esta preciosidade foi publicada numa revista brasileira, que infelizmente não sei o nome. Li, reli, e fiquei completamente abismada. Pensei para mim: - Isto só pode ser um delírio!

Depois de ter passado o choque inicial, pensei: -Claro sua ignorante, então tu não sabes que o Pedro Alves Cabral era brasileiro, e descobriu o caminho marítimo para Portugal?

Não perdoou todos os meus professores por me terem enganado, acerca da geografia e da história recente da capital de Portugal, mas agora também já nem tenho a certeza se Lisboa fica em Portugal, e se Portugal fica na Europa!


Alguém me pode por favor esclarecer?