domingo, 8 de abril de 2012

Uma mão cheia de nada...

Em silêncio saiu… fechou a porta… foi!
A lua marcava a sombra nas pedras da calçada, tudo aparentava estar no mesmo sitio, mas tudo tem um avesso, frágil como as memórias da paixão… memórias esquecidas de paixões vividas ao limite na ânsia do reencontro com o amor que julgava não acontecer, não lhe ser possível, mesmo assim sonhava com ele desde sempre…
Caminhou por ruas sem nome, chegou ao cais que se abria em águas mansas na nudez frágil como as asas de uma vida… ao longe por entre a neblina surgia a linha do horizonte em mil cores de possibilidades… deixou-se ficar frente a frente com a sua descoberta pessoal, completamente rendida pegou-lhe ao colo, abraçou-a na felicidade da consciência que amar daquela forma era uma dádiva a si mesma.
Nos dias que embrulhava o amor no manto da saudade ia ao seu encontro, fazendo parar o tempo… eram encontros com sabor a cumplicidade, sabor a momentos suspensos, a intimidade renovada no êxtase do amor que vibrava.
O riso, a lágrima misturaram-se na emoção incontrolada da memória no acordar da brisa quente, soprando-lhe no ouvido que tinha uma mão cheia de nada e o universo no coração.
Soube por fim que amava o amor de amar!
Em silêncio entrou… abriu a porta… descansou!

2 comentários:

Anónimo disse...

Nossa Mada, quanta poesia e quanta magia em sua prosa... Ler ao som dessa musica maravilhosa, se torna mágico!
Boa semana! Beijos

O Árabe disse...

O amor de amar... sem dúvida, o mais doce dos amores! Boa semana, Mada.