terça-feira, 27 de novembro de 2012

Delírio ou certeza?



na beira do abismo de si mesma,
o frio pendurou-se nas nuvens
- tinha a ponta do nariz fria!
a manhã fez-se cinzenta, inundada de ócio e soturna expectativa
derramando uma lenta e profunda tristeza
- tinha a ponta do nariz fria!
o mundo, esse continuava a fazer-se ouvir rouco dentro da cabeça...
na irregularidade do momento, obliquas cordas prateadas cairam sobre a terra salpicando-a como polvora
- tinha  a ponta do nariz fria!
o campo cobriu-se de atrevido verde, ficou repleto de sussurros e vidas diminutas
a chuva era o sangue da terra
- tinha a ponta do nariz fria!
disse para si mesma:
 " eu sou um feudo vacilante dentro da minha própria epopeia
- tenho a ponta do nariz fria!"

6 comentários:

vieira calado disse...

Muito bem, Madalena!
Agora fico a saber destas tuas habilidades...

Beijinho

Unknown disse...

Beijo amigo Vieira Calado, Obrigada

deodato santos disse...

é por isso que todos esperamos que a madalena comece a escrever para os diálogos lidos.

Mena G disse...

E cá o temos! Muito bem!

O Árabe disse...

Muito bom ver-te de volta... e em grande estilo! Belo texto, boa semana.

REJO MARPA disse...

E de repente,num repente, o nariz
deixou de estar frio,e com brio espero que esteja e assim seja, a caminho de barão pronto a dar a mão ao TEL,num doce mel de um qualquer dialogo lido,por sentido.
Obrigado Madalena, bom Natal,RÉJO MARPA e TERESA...